HAVANA, 19 dez 2013 (AFP) - Cuba autorizou nesta quinta-feira a livre
importação de veículos a preços de mercado, proibida durante meio
século, em uma das medidas mais esperadas das reformas econômicas do
presidente Raúl Castro.
"Serão publicadas durante os próximos
dias no Diário Oficial novas normas jurídicas que colocarão em vigor a
política para a importação de veículos motorizados, segundo foi aprovada
na quarta-feira na reunião do Conselho de Ministros", afirma o diário.
O
jornal destacou que, em consequência, será liberada a venda a varejo de
motos, carros, furgões de carga, caminhonetes e micro-ônibus, novos e
de segunda mão, para cubanos e estrangeiros residentes na ilha
comunista, assim como para entidades estrangeiras e diplomáticas,
estabelecendo "preços varejistas semelhantes aos do mercado entre
particulares".
A medida, aprovada dois anos depois que Raúl
Castro permitiu a compra e venda de carros usados, também autorizará a
compra e venda de motores e carrocerias entre particulares e a venda de
carrocerias resultantes da desmontagem de veículos.
As novas
normas deixam sem efeito as carteiras de motorista que o ministério do
Transporte entregava a alguns cubanos, principalmente músicos, médicos e
outros profissionais, que cumpriam missões no exterior, para poder
adquirir um carro.
O jornal admitiu que esse mecanismo
"burocrático" gerou durante anos "inconformidade, insatisfação e, não em
poucos casos, virou uma fonte de especulação e enriquecimento,", pois
muitos cubanos vendiam as referidas carteiras, inclusive antes de
comprar o veículo.
No entanto, o jornal destacou que "a venda
liberada será implementada de maneira gradual e paulatina, e nela terão
prioridade quem atualmente possui carteiras de autorização".
Segundo
o Granma, com o resultado das vendas, "será criado um fundo especial
para o desenvolvimento do transporte público", serviço que tem muitos
problemas na ilha.
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