domingo, 31 de janeiro de 2016

Estimulado a dar golpe



O ESTIMULO AO  PODER

A Argentina vem sofrendo claros indicio de enfrentar um governo anti democrático.
A chegada de Mauricio Macri ao poder federal já deu muitos indícios de que a luta do empresário não é pela paz e soberania do povo, mas de se manter a frente dos países latino americanos na busca pela dianteira financeira deste continente sem sequer consultar se o povo esta disposto a se vender para ficar entre os americanos.
O que esta ficando cada vez claro é que Macri esta disposto a qualquer coisa para aumentar  a sua riqueza particular e brilhar no meio de investidores de todo o mundo participando das glamourosas apresentações do FMI entre outros mundiais interventores de investimentos achacadores de países em desenvolvimento.

Mauricio Macri com sua liberdade forçada de implantar medidas e praticar demissões em massa de servidores (24000 demitidos até o momento) em nome de proteção da direita, não tem a mínima preocupação em seguir as leis do país, já que pretende governar com a força da policia e do exército que, sob seu comando, executam toda e qualquer ordem advindas da Casa Rosada e, portanto, daí a implantar uma ditadura pode ser literalmente da noite pro dia.
Certamente não há, até o momento, alguém que o confronte nas decisões, mesmo porque o presidente já fez questão de deixar claro, com a prisão de Milagro Sala, uma dirigente indígena e deputada do Parlasul,  e a demissão do jornalista Victor Hugo Morales, um dos mais respeitados e conceituados do país que trabalhou durante 30 anos na emissora de rádio Continental o que pode acontecer com aquele que decidir se opor a ele e suas decisões.
Com certeza os EUA já estão com o nome de Macri na sua lista de intenções devido a oportunidade que lhes é criada de, novamente vir a emergir a grande oportunidade para novamente adentrar o hemisfério Sul onde estão concentradas as maiores riquezas naturais do planeta  e que governos de alguns países da America latina e os últimos treze anos de governo do Brasil lhes congelaram a intenção, fazendo com que apostem na eleição de um certo partido para que voltem a ter oportunidades de retomar as praticas das ideias.
Aliás, por tal citação vem a analise do titulo: “O estimulo ao poder”, que com certeza, leva ao estudo do caso Macri pelos componentes da direita do Brasil, tomando como estimulo para uma ação que difere da tomada pelo argentino somente no aspecto da tomada do poder em que, aqui não pretendem esperar o fim do mandato mas, toma-lo de assalto em pleno exercício legal e democrático, que busca a retomada do crescimento e a estabilização econômica que, devido as políticas de proteção a corruptos e corruptores por políticos ligados ao congresso, acabou por levar para uma pretensão particular e pessoal por aqueles que foram mandatários e hoje se encontram descontentes com o longínquo comando do pais por quem realmente determinou que deveríamos ser livres e termos ações direcionadas ao povo e, não somente aos investidores internacionais e empresários.
A preocupação agora é: até aonde os atos de Mauricio Macri incentivam uma infiltrada desses direitistas no comando da pasta maior do nosso país?

Devemos nos preparar para um sério ataque nos próximos dias, já que tivemos dias de recesso em que podem ter sido tramadas várias maneiras de ataque ao executivo, incrementado pelo ódio e desejo de vingança do presidente da câmara dos deputados.

O senador Aécio Neves pode estar saltitante com as medidas tomadas na Argentina, pois, estas podem abrir-lhe caminho exemplário na America do Sul para as idéias do parceiro Cunha que faz as suas vontades.

Antonio MC

DESMONTADA FARSA DO TRIPLEX DE LULA

Por meio do Instituto Lula, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acaba de publicar um dossiê completo em que disponibiliza todos os documentos referentes ao famoso "triplex" do Guarujá.
Lula publica seus contratos com a Bancoop, sua declaração de Imposto de Renda, a declaração de bens ao Tribunal Superior Eleitoral e os contratos que compravam a desistência da ex-primeira-dama Marisa Letícia em continuar com o imóvel.
"A mesquinhez dessa 'denúncia', que restará sepultada nos autos e perante a História, é o final inglório da maior campanha de perseguição que já se fez a um líder político neste País", diz a nota do Instituto Lula. "Sem ideias, sem propostas, sem rumo, a oposição acabou no Guarujá. Na mesma praia se expõem ao ridículo uma imprensa facciosa e seus agentes públicos partidarizados".
Confira a íntegra:
Os documentos do Guarujá: desmontando a farsa
30/01/2016 22:05


Como os adversários de Lula e sua imprensa tentam criar um escândalo a partir de invencionices. Entenda, passo a passo, mais uma armação contra o ex-presidente.
Abril de 2005
Marisa Letícia Lula da Silva assina o “Termo de Adesão e Compromisso de Participação” com a Bancoop – Habitacional dos Bancários de São Paulo.
A cláusula 1a. do Termo de Adesão diz: “O objetivo da Bancoop é proporcionar a seus associados a aquisição de unidades habitacionais pelo sistema de autofinanciamento, a preço de custo”.
O que isso significa?
Que Marisa Letícia tornou-se associada à Bancoop e adquiriu uma cota-parte para a implantação do empreendimento então denominado Mar Cantábrico, na praia de Astúrias,  em Guarujá, balneário de classe média no litoral de São Paulo.
Como fez para cada associado, a Bancoop reservou previamente uma unidade do futuro edifício. No caso, o apartamento 141, uma unidade padrão, com três dormitórios (um com banheiro) e área privativa de 82,5 metros quadrados.
Maio de 2005 a setembro de 2009
Marisa Letícia paga a entrada de R$ 20 mil, as prestações mensais e intermediárias do carnê da Bancoop, até setembro de 2009. Naquela altura, a Bancoop passava por uma crise financeira e estava transferindo vários de seus projetos a empresas incorporadoras, entre as quais, a OAS.
Quando o empreendimento Mar Cantábrico foi incorporado pela OAS e passou a se chamar Solaris, os pagamentos foram suspensos, porque Marisa Letícia deixou de receber boletos da Bancoop e não aderiu ao contrato com a nova incorporadora.
O que isso significa?
1)  Que a família do ex-presidente investiu R$ 179.650,80 na aquisição de uma cota da Bancoop. Em setembro de 2009, este investimento, corrigido, era equivalente a R$ 209.119,73. Em valores de hoje, R$ 286.479,32. Portanto, a família do ex-presidente pagou dinheiro e não recebeu dinheiro da Bancoop.
2)  Que, mesmo não tendo aderido ao novo contrato com a incorporadora OAS, a família manteve o direito de solicitar a qualquer tempo o resgate da cota de participação na Bancoop e no empreendimento.
3)  Que, não havendo adesão ao novo contrato, no prazo estipulado pela assembleia de condôminos (até outubro de 2009), deixou de valer a reserva da unidade 141 (vendida mais tarde pela empresa a outra pessoa, conforme certidão no registro de imóveis).
Março de 2006 a março de 2015
Na condição de cônjuge em comunhão de bens, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou ao Imposto de Renda regularmente a cota-parte do empreendimento adquirida por sua esposa Marisa Letícia, de acordo com os valores de pagamento acumulados a cada ano.
A cota-parte também consta da declaração de bens de Lula como candidato à reeleição, registrada no TSE em 2006, que é um documento público e já foi divulgado pela imprensa.
O que isso significa?
Que o ex-presidente jamais ocultou seu único e verdadeiro patrimônio no Guarujá: a cota-parte da Bancoop.
2014-2015
Um ano depois de concluída a obra do Edifício Solaris, o ex-presidente Lula e Marisa Letícia, visitam, junto com o então presidente da empresa incorporadora OAS, Léo Pinheiro, uma unidade disponível para venda no condomínio.
Era o apartamento tríplex 164-A, com 215 metros de área privativa: dois pavimentos de 82,5 metros quadrados e um de 50 metros quadrados. Por ser unidade não vendida, o 164-A estava (e está) registrado em nome da OAS Empreendimentos S.A, matrícula 104.801 do cartório de imóveis de Guarujá. 
Lula e Marisa avaliaram que o imóvel não se adequava às necessidades e características da família, nas condições em que se encontrava.
Foi a única ocasião em que o ex-presidente Lula esteve no local.
Marisa Letícia e seu filho Fábio Luís Lula da Silva voltaram ao apartamento, quando este estava em obras. Em nenhum momento Lula ou seus familiares utilizaram o apartamento para qualquer finalidade.
A partir de dezembro de 2014, o apartamento do Guarujá tornou-se objeto de uma série de notícias na imprensa, a maior parte delas atribuindo informações a vizinhos ou funcionários do prédio, nem sempre identificados, além de boatos e ilações visando a associar Lula às investigações sobre a Bancoop no âmbito do Ministério Público de São Paulo.
Durante esse período, além de esclarecer que Marisa Letícia era dona apenas de uma cota da Bancoop, a Assessoria de Imprensa do Instituto Lula sempre  informou aos jornalistas que a família estava avaliando se iria ou não comprar o imóvel.
As falsas notícias chegam ao auge em 12 de agosto de 2015, quando O Globo, mesmo corretamente informado pela Assessoria do Instituto Lula, insiste em atribuir ao ex-presidente a propriedade do apartamento. Em evidente má-fé sensacionalista, O Globochamou o prédio de Edifício Lula na primeira página de 13 de agosto.
O jornal mentiu ao fazer uma falsa associação entre investimentos do doleiro Alberto Youssef numa corretora de valores e o contrato da OAS com o agente fiduciário do projeto Solaris, com a deliberada intenção de ligar o nome de Lula às investigações da Lava Jato. O editor-chefe do jornal e os repórteres que assinam a reportagem estão sendo processados por Lula em grau de recurso. (http://www.institutolula.org/lula-entra-com-acao-contra-o-globo-por-conta-de-mentiras-sobre-triplex-no-guaruja)
 26 de novembro de 2015
Marisa Letícia Lula da Silva assina o “Termo de Declaração, Compromisso e Requerimento de Demissão do Quadro de Sócios da Seccional Mar Cantábrico da Bancoop”.
Como se trata de um formulário padrão, criado na ocasião em que os associados foram chamados a optar entre requerer a cota ou aderir ao contrato com a OAS (setembro e outubro de 2009), ao final do documento consta o ano de 2009.
A decisão de não comprar o imóvel e pedir o resgate da cota já havia sido divulgada pela Assessoria de Imprensa do Instituto Lula, em mensagem à Folha de S. Paulo, no dia 6 de novembro.
O que isso significa?
Que a família do ex-presidente Lula solicitou à Bancoop a devolução do dinheiro aplicado na compra da cota-parte do empreendimento, em 36 parcelas, com um desconto de 10% do valor apurado, nas mesmas condições de todos os associados que não aderiram ao contrato com a OAS em 2009.
A devolução do dinheiro aplicado ainda não começou a ser feita.
Por que a família desistiu de comprar o apartamento?
Porque, mesmo tendo sido realizadas reformas e modificações no imóvel (que naturalmente seriam incorporadas ao valor final da compra), as notícias infundadas, boatos e ilações romperam a privacidade necessária ao uso familiar do apartamento.
A família do ex-presidente Lula lamenta que notícias falsas e ações sem fundamento de determinados agentes públicos tenham causado transtornos aos verdadeiros condôminos do Edifício Solaris.
Janeiro de 2016
A revista Veja publica entrevista do promotor Cássio Conserino, do MP de São Paulo, na qual ele afirma que vai denunciar Lula e Marisa Letícia pelos crimes de ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro, no curso de uma ação movida contra a Bancoop.
Trata-se de um procedimento que se arrasta há quase dez anos, do qual Lula e sua família jamais foram parte, e que é sistematicamente ressuscitado na imprensa em momentos de disputa política envolvendo o PT.
Além de infundada, a acusação leviana do promotor desrespeitou todos os procedimentos do Ministério Público, pois Lula e Marisa sequer tinham sido ouvidos no processo. A intimação para depoimento só foi expedida e entregue na semana seguinte à entrevista.
No dia 27 de janeiro, a Polícia Federal deflagrou a Operação Triplo X, que busca estabelecer uma conexão entre o Edifício Solaris e as investigações da Lava Jato, reproduzindo dados da ação dos promotores de São Paulo.
Diferentemente do que fazem crer os pedidos de prisão e de busca apresentados ao juiz Sergio Moro pela força-tarefa da Lava Jato, as novidades do caso, alardeadas pela imprensa, já estavam disponíveis há meses para qualquer pessoa interessada em investigar esquemas de lavagem de dinheiro – seja policial, procurador ou jornalista "investigativo".
A existência de apartamentos tríplex registrados em nome da offshore Murray e a ligação desta com a empresa panamenha Mossack Fonseca constam, pelo menos desde agosto passado, da ação que corre em São Paulo. Foram anexadas por um escritório de advocacia que atua em favor de ex-cotistas da Bancoop.
O mesmo escritório de advocacia anexou a identificação e os endereços dos supostos representantes da Murray e da Mossack Fonseca no Brasil.
Mesmo que tenham vindo a público agora, em meio a um noticiário sensacionalista, estes fatos nada têm a ver com o ex-presidente Lula, sua família ou suas atividades, antes, durante ou depois de ter governado o País. Lula sequer é citado nos pedidos da Força-Tarefa e na decisão do juiz Moro.
O que isso significa?
1)  Que fracassaram todas as tentativas de envolver o nome do ex-presidente no processo da Lava Jato, apesar das expectativas criadas pela imprensa, pela oposição e por alguns agentes públicos partidarizados, ao longo dos últimos dois anos.
2)  Que fracassaram ou caminham para o fracasso outras tentativas de envolver o ex-presidente com denúncias levianas alimentadas pela imprensa, notoriamente a suposta “venda de Medidas Provisórias”, plantada pelo Estado de S. Paulo no âmbito da Operação Zelotes.
3)  Que aos adversários de Lula – duas vezes eleito presidente do Brasil, maior líder político do País, responsável pela maior ascensão social de toda a história – restou o patético recurso de procurar um crime num apartamento de 215 metros quadrados, que nunca pertenceu a Lula nem a sua família.
A mesquinhez dessa “denúncia”, que restará sepultada nos autos e perante a História, é o final inglório da maior campanha de perseguição que já se fez a um líder político neste País.
Sem ideias, sem propostas, sem rumo, a oposição acabou no Guarujá. Na mesma praia se expõem ao ridículo uma imprensa facciosa e seus agentes públicos partidarizados.

sábado, 30 de janeiro de 2016

A máfia da merenda escolar



Brasil

30 de janeiro de 2016 - 9h30 

Alckmin tenta confundir opinião pública


A pasta do Desenvolvimento Agrário, chefiada pelo ministro Patrus Ananias, divulgou nesta sexta nota sobre a máfia da merenda escolar, que está sendo investigada por desvios milionários em São Paulo. Desta vez, a nota foi mais dura e apontou diretamente para o governador do estado, Geraldo Alckmin, que tentou empurrar a responsabilidade pelas fraudes para o governo federal.


 
Segundo o texto, as declarações de Alckmin "parecem inspiradas pela intenção de confundir a opinião pública ante denúncias de irregularidades em seu governo".

Um primeiro comunicado da pasta já havia rebatido declarações dadas pelo próprio governador, que nesta quinta (28) atribuiu responsabilidade a servidores do governo federal no escândalo de desvios de recursos da merenda escolar. "Quem diz se a cooperativa está habilitada é o Ministério do Desenvolvimento Agrário", culpou o governador tucano. 

Em resposta, o ministério já havia esclarecido:  "a emissão da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) Jurídica à Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar foi realizada pela Secretaria Estadual da Agricultura do Governo de São Paulo em 25 de junho de 2014, o que torna enganosa qualquer eventual alusão à participação do Ministério do Desenvolvimento Agrário nesse processo". A própria Secretaria Estadual de Agricultura confirmou ter emitido o documento. 

Para entrar no mercado de merenda escolar sem precisar ganhar licitações a Coaf - acusada de desviar recursos da merenda de São Paulo, no escândalo que investiga ainda pagamento de propina a lobistas e políticos do PSDB - fraudou a DAP, que certifica que os produtos viriam de agricultura familiar. A cooperativa, na realidade, comprava a maior parte dos itens da merenda de grandes produtores e os embalava, fingindo que eles tinham origem na agricultura familiar. 

Leia abaixo a nota do MDA:

NOTA OFICIAL

Tendo em vista recentes declarações do governador do Estado de São Paulo, que parecem inspiradas pela intenção de confundir a opinião pública ante denúncias de irregularidades em seu governo, o Ministério do Desenvolvimento Agrário informa que:

01) A atribuição legal de fiscalizar a correta utilização dos recursos da alimentação escolar é das instâncias de controle como o Tribunal de Contas estadual e o Ministério Público. Nos processos licitatórios é papel da Câmara Municipal fiscalizar a compra de alimentos. O controle social é feito pelo Conselho Municipal de Alimentação Escolar que tem o papel de acompanhar a correta utilização dos recursos repassados para os municípios, conforme a Lei 11.947 de 2009 e a Resolução FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) nº 4, de 2 de abril de 2015. 

02) Não cabe ao Ministério do Desenvolvimento Agrário fiscalizar a aplicação dos recursos para alimentação escolar, mas reconhecer a condição dos agricultores e suas organizações econômicas, de acordo com a Lei da Agricultura Familiar (11.326, de 2006). 

03) Reiteramos que a emissão da DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf) Jurídica da cooperativa investigada - a COAF - foi feita pela Secretaria Estadual de Agricultura de São Paulo. 

04) Em relação aos agricultores familiares associados à COAF, 99,22% das DAP’s foram emitidas por órgãos e instituições subordinadas ao Governo do Estado de São Paulo. 

05) O MDA considera importante sublinhar que as investigações em curso estão nos negócios entre a cooperativa e as prefeituras e não na emissão de DAPs. 

06) Por fim, informa que nesta data o ministro Patrus Ananias ordenou à Delegacia do MDA em São Paulo que oficie aos órgãos de investigação colocando-se inteiramente à disposição.

Fonte: portal Vermelho

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

S. Marcos 3,13-19.




Sexta-feira,

dia 22 de Janeiro   de 2016

Evangelho
segundo S. Marcos 3,13-19.


Naquele tempo, Jesus subiu a um monte. Chamou à sua presença aqueles que entendeu e eles aproximaram-se.

Escolheu doze, para andarem com Ele e para os enviar a pregar, 
com poder de expulsar demônios. 
Escolheu estes doze: Simão, a quem pôs o nome de Pedro; 
Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, isto é, «Filhos do trovão»; 
André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago de Alfeu, Tadeu, Simão o Cananeu 
e Judas Iscariotes, que depois O traiu. 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Mais dos Sarney (Fernando)



10/10/2008 19:55


O grupo da Poli de 78


A Polícia Federal acusa Fernando Sarney, filho do senador José Sarney, de montar com seus amigos de faculdade um esquema de corrupção no governo. Ele nega
Rodrigo Rangel, de São Luís, e Andrei Meireles

Eles são conhecidos como o grupo da Poli de 78, uma referência à turma formada em 1978 no curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). O mais famoso é Fernando Sarney, filho do ex-presidente e senador José Sarney (PMDB-AP) e empresário de sucesso no Maranhão, terra natal da família. Pela projeção e pelos relacionamentos, Fernando é considerado líder do grupo, que congrega meia dúzia de amigos. Alguns ocupam cargos estratégicos no Estado brasileiro.
Um deles, Astrogildo Quental, é diretor-financeiro da Eletrobrás, estatal que movimenta mais de R$ 6 bilhões por ano. Outro, Ulisses Assad, é diretor de engenharia da Valec, empresa vinculada ao Ministério dos Transportes que cuida das obras da Ferrovia Norte-Sul, projeto iniciado quando Sarney era presidente. Outros dois colegas da turma de 78, Gianfranco Perasso e Flávio Barbosa Lima, estão ligados aos mesmos negócios. Mais tarde, aos ex-alunos da Poli juntou-se o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, que deixou o ministério sob suspeita de corrupção e hoje ocupa assento no Conselho de Administração da Petrobras.
Há dois anos, esse grupo passou a ser alvo de uma investigação da Polícia Federal. O trabalho acaba de ser finalizado. Para a polícia, o grupo liderado por Fernando Sarney forma uma “organização criminosa” instalada no interior da administração federal. De acordo com a investigação, o grupo manipularia licitações públicas, desviaria dinheiro de obras e manteria negócios à sombra do Estado. ÉPOCA teve acesso a documentos do inquérito. São cópias de contratos, e-mails e relatórios de conversas telefônicas sobre operações financeiras em paraísos fiscais do Caribe e na China, envolvendo recursos não declarados ao Imposto de Renda. Os documentos trazem cifras de milhões de dólares.
Revista Época
REMESSA


Cópia de uma autorização, assinada por Fernando Sarney, para transferir US$ 1 milhão para uma conta mantida num banco de Qingdao, na China. O dinheiro não teria sido declarado ao Fisco
O ex-presidente José Sarney não figura no inquérito como investigado. Nem poderia, pois uma apuração policial sobre senadores só pode ocorrer com autorização do Supremo Tribunal Federal. Mas a investigação se debruçou sobre a atividade de altos servidores públicos que estão no governo por indicação de Sarney. De acordo com a própria polícia, são eles: Assad, que, segundo a polícia, “foi indicação” de José Sarney para a diretoria da Valec, e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, afilhado político de Sarney. A investigação se voltou também para a influência do grupo com o sucessor de Rondeau, Edison Lobão, que conquistou o cargo numa delicada negociação entre José Sarney e o presidente Lula. De acordo com o inquérito, o grupo da Poli tem “livre trânsito” no gabinete de Lobão. A voz de Lobão aparece em gravações monitoradas pela polícia, em conversas com integrantes do grupo. São diálogos triviais, de um ministro que fala pouco ao telefone e prefere marcar encontros pessoalmente. Um de seus interlocutores mais freqüentes é Rondeau. Procurado por ÉPOCA, José Sarney, por meio de assessores, disse que não daria entrevistas.
Em 18 de agosto, a polícia pediu a prisão de Fernando Sarney. Nove dias depois, os procuradores Thayná Freire e Marcílio Nunes deram parecer favorável ao pedido. Em 10 de setembro, os advogados de Fernando Sarney entraram no Superior Tribunal de Justiça (STJ) com um pedido de habeas corpus preventivo. O salvo-conduto que obtiveram é extensivo a seus sócios e advogados. O juiz substituto Neian Milhomem da Cruz, relator do inquérito na primeira instância da Justiça Federal do Maranhão, negou o pedido de prisão de Fernando Sarney. O juiz é o mesmo que, há meses, vinha atendendo aos pedidos da polícia e do MP para interceptar telefones e quebrar os sigilos bancário e fiscal dos investigados. Tão logo negou a prisão, tirou dois meses de férias. O inquérito prossegue e o Ministério Público pretende apresentar a denúncia por corrupção, tráfico de influência e evasão de divisas.
Fernando Sarney, o suposto líder do grupo, negou a ÉPOCA ser chefe de uma organização criminosa, como afirma a polícia. Ele diz que as operações financeiras citadas no inquérito fazem parte de sua rotina comum de empresário, que administra um dos grandes grupos de comunicação do Nordeste brasileiro, com uma emissora de TV, um jornal e cinco emissoras de rádio. Também reclama de ter sido investigado e grampeado durante dois anos, sem “nunca saber do que era acusado”. Ele diz que só teve acesso ao inquérito nos últimos dias. “Mesmo assim, ainda não conheço tudo o que está ali dentro”, afirma. “Sei que estão investigando desvio de dinheiro público, e não mexo com o setor público. Sou um empresário privado”.


fotomontagem sobre fotos de Celso Avila/BGPRESS, Roberto Stuckert  Filho/Ag. O Globo, divulgação, Ruy Baron/Valor/Folha Imagem
SOB SUSPEITA

Fernando Sarney (foto maior), Silas Rondeau, Ulisses Assad e Astrogildo Quental (de cima para baixo, no sentido horário). Eles são acusados pela PF de integrar uma “organização criminosa”
ÉPOCA também procurou Astrogildo Quental, Ulisses Assad, o ex-ministro Silas Rondeau e o ministro Edison Lobão. “Não falo, por orientação de meu advogado. Mas não fiz nada de errado”, disse Astrogildo. Assad reconheceu manter as amizades desde os tempos da Poli e afirmou desconhecer as denúncias de subcontratações da Valec, onde é diretor. “Não tenho conhecimento disso”, disse. O ex-ministro Silas Rondeau não foi localizado. A assessoria do ministro Lobão informou que ele estava em Lisboa e não respondeu aos pedidos de entrevista.
Fernando Sarney deu duas entrevistas a ÉPOCA nas duas últimas semanas. Questionado sobre contas que, segundo o inquérito, mantém no exterior, respondeu: “Não sei do que você está falando”. Informado de que a polícia dispõe de um documento de depósito no exterior, com sua assinatura, disse: “Não sei o que é isso”. Sobre seus antigos colegas da Poli, que hoje ocupam postos de confiança no governo, afirmou que continuam amigos. “Mas não temos negócios juntos. Não temos sociedades formais”, disse. ÉPOCA perguntou se tinham sociedades informais. Ele repetiu que não tinham “sociedades formais”.
A Polícia Federal descreve um esquema de desvio de recursos públicos em que não aparecem vínculos formais entre as empresas de Fernando Sarney e aqueles órgãos em que há sinal da atividade do grupo de 78. O inquérito aponta para operações que envolvem empresas de fachada. Muitas delas em nome de Gianfranco Perasso e Flávio Lima, os integrantes menos conhecidos do grupo da Poli. Essas empresas, diz a polícia, têm um patrimônio declarado de milhões de reais, mas seus proprietários formais vivem endividados no cheque especial. A polícia afirma que Gianfranco e Flávio são testas-de-ferro de Fernando Sarney.
A base das investigações sobre o grupo está em grampos telefônicos e mensagens por e-mail, monitoradas com autorização da Justiça. As evidências reunidas dessa forma permitem questionar os argumentos de Fernando Sarney. Diversos diálogos mostram o empresário em intensa atividade para fazer nomeações e dirigir negócios. Altos funcionários de empresas estatais ligam para prestar contas. Os grampos ainda apontam para evidências da influência do grupo no gabinete do ministro Lobão. “Diversas são as situações em que Fernando determina pagamentos e disciplina como deve ser o modus operandi do grupo”, diz o relatório da investigação.
Um caso envolve a nomeação de Ronaldo Braga, homem de confiança do grupo, para ocupar a diretoria da Manaus Energia, subsidiária da Eletrobrás. “Nós conseguimos colocar o diretor-comercial, que eu acho que é o principal cargo para os nossos pleitos, né?”, afirma Gianfranco. Horas depois, o próprio Braga telefona a Fernando, a quem agradece a nomeação.
Em outra conversa, em 21 de maio, Astrogildo Quental, o diretor da Eletrobrás, conta a Fernando Sarney que “fechou a diretoria com o Lobão” naquela manhã. “Foi uma conquista boa”, afirmou. Em muitas conversas, os personagens do grupo se referem a Lobão como “Big Wolf”. Num e-mail para Fernando Sarney, um empresário sugere pedir ajuda a “Big Wolf” para nomear um amigo no governo. “Uma cobrança sua a ele (Lobão) perguntando como tá o assunto vai ajudar muito”, diz a mensagem. A influência, de acordo com a polícia, não se restringe ao gabinete de Lobão. Chega à Petrobras. “Nosso projeto será apresentado ao presidente da Petrobras hoje”, diz Gianfranco a Fernando num telefonema em abril.
Em grampo, integrantes do grupo discutem a divisão de
contratos da estatal Valec, responsável pela Ferrovia Norte-Sul
A transcrição de uma das conversas grampeadas pela PF revela detalhes da partilha do dinheiro e ilustra, segundo os investigadores, a relação entre Fernando Sarney e seus amigos: “Fernando fala para Gianfranco que é para ele fazer o que eles combinaram (...). Fernando diz que a outra coisa é o seguinte: diz que ele vai entregar lá para o nosso amigo e Gian vai subtrair 1/6. Gian confirma 1/6. Fernando diz que do 1/6 ele vai dar 20% para Tetê (Teresa Sarney, mulher de Fernando), que está em São Paulo. Gian confirma. Fernando diz que o restante ele divide com Flavinho”. Há referências também a pagamentos a Assad, da Valec, e a Astrogildo Quental, a quem Fernando Sarney se refere como “Astro” ou “Astrinho”. De acordo com o inquérito, durante a investigação Assad comprou uma fazenda de R$ 1,6 milhão em nome de terceiros.


A polícia também capturou contratos de consultoria de empresas mantidas por um sobrinho de Silas Rondeau. Segundo o inquérito, por meio dessas empresas Rondeau receberia remunerações que variam entre R$ 10 mil e R$ 15 mil por mês, conforme o cliente. A minuta de um dos contratos informa que um deles, com a construtora Strata e a empresa Energ Power Ltda., prevê o pagamento de R$ 1,4 milhão para a PBL, registrada em nome de Gianfranco e Flávio Barbosa Lima. O serviço, nesse caso, seria a consultoria para a “venda das ações ordinárias detidas pelas contratantes, correspondente a 25% do capital social da Energética Corumbá III, sendo o cliente final a Eletronorte”. A Eletronorte é uma das empresas públicas do sistema Eletrobrás, onde, de acordo com as investigações, o grupo exerceria influência.
“Pode-se observar claramente, em conjugação com os diálogos monitorados, que o grupo está utilizando o mesmo artifício dos contratos de ‘consultoria’ já utilizados na área de obras de engenharia, para as atividades na área de energia elétrica, mascarando, dessa forma, valores recebidos de forma escusa”, escreveram os delegados Márcio Adriano Anselmo e Thiago Monjardim Santos no inquérito.
Roberto Stuckert  Filho
NO GOVERNO

A PF diz ter evidências da influência do grupo da Poli no Ministério de Minas e Energia, comandado por Edison Lobão (acima)
Outra ponta do suposto esquema, segundo a polícia, envolve a Valec, onde atua Assad. Ali, diz a PF, licitações seriam dirigidas a empresas de boa reputação e com capacidade de honrar os contratos – sob a condição de que o negócio fosse terceirizado a uma das firmas de fachada do grupo da Poli. Dessa forma, parte do dinheiro iria para contas do grupo. O funcionamento do esquema montado na Valec é ilustrado pelo contrato 013/2006, de construção de um trecho de 105 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul, no Estado de Goiás. A vencedora foi a Constran S.A., sediada em São Paulo, que já foi uma das maiores empreiteiras do país. A Constran S.A. firmou um “termo de acordo operacional” com outras duas empresas: a construtora EIT e a desconhecida Lupama. O valor do contrato é de R$ 245 milhões. Pelo termo, EIT e Lupama, cada uma, ficaram com 16,65% desse valor. A Lupama, cujo endereço é uma modesta casa em Imperatriz, no Maranhão, também está registrada em nome de Gianfranco e Flávio. Nesse trecho da Norte-Sul, o grupo teria acertado receber R$ 45 milhões por meio da Lupama.
Numa conversa gravada, Gianfranco descreve o funcionamento do esquema. Pede ajuda ao interlocutor para encontrar um sócio para um novo contrato na Valec. “Não tenho condições materiais para entrar (no negócio). Você me falou que tinha o pessoal lá de Minas, que pode tocar o negócio, e a gente entra (de) sócio dele, quer dizer, a gente aparece (como) sócio, só que ele se encarrega de fazer a coisa acontecer. Obviamente, tem os deságios de subempreita, né?”, diz Gianfranco. Em seguida, a explicação sobre o que seriam os tais deságios de subempreita: “Eu tenho o negócio, e aí... faríamos um ‘rachid’ no processo, entendeu?”.
Os depósitos e as contas no exterior ocupam uma parcela importante da investigação. Entre os documentos, consta a cópia de uma autorização, assinada por Fernando Sarney, para transferir US$ 1 milhão para uma conta num banco de Qingdao, na China. Nas mensagens, o grupo faz referência ainda a pagamentos feitos a um escritório do Panamá especializado em gerenciar empresas em paraísos fiscais. “Apresenta-se, portanto, um indício veemente da constituição de empresas no exterior, possivelmente offshore”, diz o relatório da polícia. Em outro e-mail, Gianfranco informa a um funcionário do banco Credit Suisse em Nassau, nas Bahamas: “Encaminho o seguinte e-mail onde meu correspondente afirma que não houve o depósito. Como sugestão, você não poderia estornar e enviar novamente?”, diz ele. O funcionário responde: “Estou solicitando o retorno dos fundos imediatamente”.
Em 4 de julho, é Fernando Sarney quem conversa com Gianfranco sobre o que, segundo a polícia, seriam transações com dinheiro mantido no exterior. Dá a entender que precisa levantar o que seria “grande quantidade de dinheiro para pagamento a colaboradores”. E faz referência a “dois americanos”. Para a PF, seriam US$ 2 milhões. “Dois inteiros, né?”, pergunta Gianfranco. “É algo em torno. Vou definir aqui, e a gente veria exatamente como seria feito, tá?”, responde Fernando.
A PF e o Ministério Público estão convencidos de que, durante a investigação, vazamentos beneficiaram o grupo sob suspeita. Em 17 de abril, uma conversa de Fernando Sarney com o pai sugere que a família recebera notícias sobre o inquérito em andamento – embora fosse uma investigação sigilosa. De acordo com a polícia, conversas gravadas sugerem ainda que, no dia seguinte ao parecer favorável dos procuradores Thayná Freire e Marcílio Nunes à prisão de Fernando, ele já sabia o que estava acontecendo. Num dos diálogos, o senador Sarney chama Fernando a Brasília, com urgência. Depois de chegar, Fernando ligou para a secretária, no Maranhão, para determinar que ela limpasse as gavetas do escritório. A essa altura, para a polícia, ele já saberia do risco iminente de uma operação de busca e apreensão. Fernando passa a pedir a interlocutores que o procurem em telefones seguros. Pede à secretária que localize Flávio. Fala também com Gianfranco. Pede para ele “permanecer tranqüilo, sem se apavorar e sem fazer alarde”.
Os grampos revelam, segundo a PF, o cuidado do grupo em conversas telefônicas. “Compra um pré-pago, põe em nome da empregada. Não fala nada. Cuidado”, diz Fernando numa conversa com seu motorista, Marco Bogéa. De acordo com a polícia, Bogéa seria um dos responsáveis por transportar dinheiro do esquema. Assalariado de uma empresa que presta serviços ao Senado Federal, em 19 de julho Bogéa viajou de Brasília para São Paulo, supostamente por ordem de Fernando e de Astrogildo, para levar uma mala.
As escutas mostram que, ao perceber que é vigiado, Bogéa aciona Fernando. De imediato, Fernando telefona para Astrogildo: “Aborta tudo, tá?”. O passo seguinte foi descobrir o motivo da vigilância dos policiais. Para isso, Fernando contou com a ajuda do policial federal Aluízio Guimarães Mendes Filho. Aluízio trabalha há anos para o senador José Sarney. Ele integra a cota de funcionários a que ex-presidentes da República têm direito. A pedido de Fernando, Aluízio conseguiu descobrir a razão da vigilância e informou em poucas horas: “É uma solicitação da diretoria-geral de investigação de crimes financeiros”.
Em conversas reservadas, alguns dos envolvidos na apuração afirmaram ter sofrido pressões. A procuradora Thayná Freire foi chamada a Brasília para uma conversa com o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza. De acordo com informações obtidas por ÉPOCA, Souza teria orientado Thayná a levar com cautela a investigação, por envolver o filho de um ex-presidente. Ela chegou a se queixar da atitude do chefe com colegas. Souza não quis comentar o assunto. Thayná também não.

Mais dos Sarney



10/10/2008 19:55


O grupo da Poli de 78
A Polícia Federal acusa Fernando Sarney, filho do senador José Sarney, de montar com seus amigos de faculdade um esquema de corrupção no governo. Ele nega
Rodrigo Rangel, de São Luís, e Andrei Meireles

Eles são conhecidos como o grupo da Poli de 78, uma referência à turma formada em 1978 no curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). O mais famoso é Fernando Sarney, filho do ex-presidente e senador José Sarney (PMDB-AP) e empresário de sucesso no Maranhão, terra natal da família. Pela projeção e pelos relacionamentos, Fernando é considerado líder do grupo, que congrega meia dúzia de amigos. Alguns ocupam cargos estratégicos no Estado brasileiro.
Um deles, Astrogildo Quental, é diretor-financeiro da Eletrobrás, estatal que movimenta mais de R$ 6 bilhões por ano. Outro, Ulisses Assad, é diretor de engenharia da Valec, empresa vinculada ao Ministério dos Transportes que cuida das obras da Ferrovia Norte-Sul, projeto iniciado quando Sarney era presidente. Outros dois colegas da turma de 78, Gianfranco Perasso e Flávio Barbosa Lima, estão ligados aos mesmos negócios. Mais tarde, aos ex-alunos da Poli juntou-se o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, que deixou o ministério sob suspeita de corrupção e hoje ocupa assento no Conselho de Administração da Petrobras.
Há dois anos, esse grupo passou a ser alvo de uma investigação da Polícia Federal. O trabalho acaba de ser finalizado. Para a polícia, o grupo liderado por Fernando Sarney forma uma “organização criminosa” instalada no interior da administração federal. De acordo com a investigação, o grupo manipularia licitações públicas, desviaria dinheiro de obras e manteria negócios à sombra do Estado. ÉPOCA teve acesso a documentos do inquérito. São cópias de contratos, e-mails e relatórios de conversas telefônicas sobre operações financeiras em paraísos fiscais do Caribe e na China, envolvendo recursos não declarados ao Imposto de Renda. Os documentos trazem cifras de milhões de dólares.
Revista Época
REMESSA


Cópia de uma autorização, assinada por Fernando Sarney, para transferir US$ 1 milhão para uma conta mantida num banco de Qingdao, na China. O dinheiro não teria sido declarado ao Fisco
O ex-presidente José Sarney não figura no inquérito como investigado. Nem poderia, pois uma apuração policial sobre senadores só pode ocorrer com autorização do Supremo Tribunal Federal. Mas a investigação se debruçou sobre a atividade de altos servidores públicos que estão no governo por indicação de Sarney. De acordo com a própria polícia, são eles: Assad, que, segundo a polícia, “foi indicação” de José Sarney para a diretoria da Valec, e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, afilhado político de Sarney. A investigação se voltou também para a influência do grupo com o sucessor de Rondeau, Edison Lobão, que conquistou o cargo numa delicada negociação entre José Sarney e o presidente Lula. De acordo com o inquérito, o grupo da Poli tem “livre trânsito” no gabinete de Lobão. A voz de Lobão aparece em gravações monitoradas pela polícia, em conversas com integrantes do grupo. São diálogos triviais, de um ministro que fala pouco ao telefone e prefere marcar encontros pessoalmente. Um de seus interlocutores mais freqüentes é Rondeau. Procurado por ÉPOCA, José Sarney, por meio de assessores, disse que não daria entrevistas.
Em 18 de agosto, a polícia pediu a prisão de Fernando Sarney. Nove dias depois, os procuradores Thayná Freire e Marcílio Nunes deram parecer favorável ao pedido. Em 10 de setembro, os advogados de Fernando Sarney entraram no Superior Tribunal de Justiça (STJ) com um pedido de habeas corpus preventivo. O salvo-conduto que obtiveram é extensivo a seus sócios e advogados. O juiz substituto Neian Milhomem da Cruz, relator do inquérito na primeira instância da Justiça Federal do Maranhão, negou o pedido de prisão de Fernando Sarney. O juiz é o mesmo que, há meses, vinha atendendo aos pedidos da polícia e do MP para interceptar telefones e quebrar os sigilos bancário e fiscal dos investigados. Tão logo negou a prisão, tirou dois meses de férias. O inquérito prossegue e o Ministério Público pretende apresentar a denúncia por corrupção, tráfico de influência e evasão de divisas.
Fernando Sarney, o suposto líder do grupo, negou a ÉPOCA ser chefe de uma organização criminosa, como afirma a polícia. Ele diz que as operações financeiras citadas no inquérito fazem parte de sua rotina comum de empresário, que administra um dos grandes grupos de comunicação do Nordeste brasileiro, com uma emissora de TV, um jornal e cinco emissoras de rádio. Também reclama de ter sido investigado e grampeado durante dois anos, sem “nunca saber do que era acusado”. Ele diz que só teve acesso ao inquérito nos últimos dias. “Mesmo assim, ainda não conheço tudo o que está ali dentro”, afirma. “Sei que estão investigando desvio de dinheiro público, e não mexo com o setor público. Sou um empresário privado”.


fotomontagem sobre fotos de Celso Avila/BGPRESS, Roberto Stuckert  Filho/Ag. O Globo, divulgação, Ruy Baron/Valor/Folha Imagem
SOB SUSPEITA

Fernando Sarney (foto maior), Silas Rondeau, Ulisses Assad e Astrogildo Quental (de cima para baixo, no sentido horário). Eles são acusados pela PF de integrar uma “organização criminosa”
ÉPOCA também procurou Astrogildo Quental, Ulisses Assad, o ex-ministro Silas Rondeau e o ministro Edison Lobão. “Não falo, por orientação de meu advogado. Mas não fiz nada de errado”, disse Astrogildo. Assad reconheceu manter as amizades desde os tempos da Poli e afirmou desconhecer as denúncias de subcontratações da Valec, onde é diretor. “Não tenho conhecimento disso”, disse. O ex-ministro Silas Rondeau não foi localizado. A assessoria do ministro Lobão informou que ele estava em Lisboa e não respondeu aos pedidos de entrevista.
Fernando Sarney deu duas entrevistas a ÉPOCA nas duas últimas semanas. Questionado sobre contas que, segundo o inquérito, mantém no exterior, respondeu: “Não sei do que você está falando”. Informado de que a polícia dispõe de um documento de depósito no exterior, com sua assinatura, disse: “Não sei o que é isso”. Sobre seus antigos colegas da Poli, que hoje ocupam postos de confiança no governo, afirmou que continuam amigos. “Mas não temos negócios juntos. Não temos sociedades formais”, disse. ÉPOCA perguntou se tinham sociedades informais. Ele repetiu que não tinham “sociedades formais”.
A Polícia Federal descreve um esquema de desvio de recursos públicos em que não aparecem vínculos formais entre as empresas de Fernando Sarney e aqueles órgãos em que há sinal da atividade do grupo de 78. O inquérito aponta para operações que envolvem empresas de fachada. Muitas delas em nome de Gianfranco Perasso e Flávio Lima, os integrantes menos conhecidos do grupo da Poli. Essas empresas, diz a polícia, têm um patrimônio declarado de milhões de reais, mas seus proprietários formais vivem endividados no cheque especial. A polícia afirma que Gianfranco e Flávio são testas-de-ferro de Fernando Sarney.
A base das investigações sobre o grupo está em grampos telefônicos e mensagens por e-mail, monitoradas com autorização da Justiça. As evidências reunidas dessa forma permitem questionar os argumentos de Fernando Sarney. Diversos diálogos mostram o empresário em intensa atividade para fazer nomeações e dirigir negócios. Altos funcionários de empresas estatais ligam para prestar contas. Os grampos ainda apontam para evidências da influência do grupo no gabinete do ministro Lobão. “Diversas são as situações em que Fernando determina pagamentos e disciplina como deve ser o modus operandi do grupo”, diz o relatório da investigação.
Um caso envolve a nomeação de Ronaldo Braga, homem de confiança do grupo, para ocupar a diretoria da Manaus Energia, subsidiária da Eletrobrás. “Nós conseguimos colocar o diretor-comercial, que eu acho que é o principal cargo para os nossos pleitos, né?”, afirma Gianfranco. Horas depois, o próprio Braga telefona a Fernando, a quem agradece a nomeação.
Em outra conversa, em 21 de maio, Astrogildo Quental, o diretor da Eletrobrás, conta a Fernando Sarney que “fechou a diretoria com o Lobão” naquela manhã. “Foi uma conquista boa”, afirmou. Em muitas conversas, os personagens do grupo se referem a Lobão como “Big Wolf”. Num e-mail para Fernando Sarney, um empresário sugere pedir ajuda a “Big Wolf” para nomear um amigo no governo. “Uma cobrança sua a ele (Lobão) perguntando como tá o assunto vai ajudar muito”, diz a mensagem. A influência, de acordo com a polícia, não se restringe ao gabinete de Lobão. Chega à Petrobras. “Nosso projeto será apresentado ao presidente da Petrobras hoje”, diz Gianfranco a Fernando num telefonema em abril.
Em grampo, integrantes do grupo discutem a divisão de
contratos da estatal Valec, responsável pela Ferrovia Norte-Sul
A transcrição de uma das conversas grampeadas pela PF revela detalhes da partilha do dinheiro e ilustra, segundo os investigadores, a relação entre Fernando Sarney e seus amigos: “Fernando fala para Gianfranco que é para ele fazer o que eles combinaram (...). Fernando diz que a outra coisa é o seguinte: diz que ele vai entregar lá para o nosso amigo e Gian vai subtrair 1/6. Gian confirma 1/6. Fernando diz que do 1/6 ele vai dar 20% para Tetê (Teresa Sarney, mulher de Fernando), que está em São Paulo. Gian confirma. Fernando diz que o restante ele divide com Flavinho”. Há referências também a pagamentos a Assad, da Valec, e a Astrogildo Quental, a quem Fernando Sarney se refere como “Astro” ou “Astrinho”. De acordo com o inquérito, durante a investigação Assad comprou uma fazenda de R$ 1,6 milhão em nome de terceiros.


A polícia também capturou contratos de consultoria de empresas mantidas por um sobrinho de Silas Rondeau. Segundo o inquérito, por meio dessas empresas Rondeau receberia remunerações que variam entre R$ 10 mil e R$ 15 mil por mês, conforme o cliente. A minuta de um dos contratos informa que um deles, com a construtora Strata e a empresa Energ Power Ltda., prevê o pagamento de R$ 1,4 milhão para a PBL, registrada em nome de Gianfranco e Flávio Barbosa Lima. O serviço, nesse caso, seria a consultoria para a “venda das ações ordinárias detidas pelas contratantes, correspondente a 25% do capital social da Energética Corumbá III, sendo o cliente final a Eletronorte”. A Eletronorte é uma das empresas públicas do sistema Eletrobrás, onde, de acordo com as investigações, o grupo exerceria influência.
“Pode-se observar claramente, em conjugação com os diálogos monitorados, que o grupo está utilizando o mesmo artifício dos contratos de ‘consultoria’ já utilizados na área de obras de engenharia, para as atividades na área de energia elétrica, mascarando, dessa forma, valores recebidos de forma escusa”, escreveram os delegados Márcio Adriano Anselmo e Thiago Monjardim Santos no inquérito.
Roberto Stuckert  Filho
NO GOVERNO

A PF diz ter evidências da influência do grupo da Poli no Ministério de Minas e Energia, comandado por Edison Lobão (acima)
Outra ponta do suposto esquema, segundo a polícia, envolve a Valec, onde atua Assad. Ali, diz a PF, licitações seriam dirigidas a empresas de boa reputação e com capacidade de honrar os contratos – sob a condição de que o negócio fosse terceirizado a uma das firmas de fachada do grupo da Poli. Dessa forma, parte do dinheiro iria para contas do grupo. O funcionamento do esquema montado na Valec é ilustrado pelo contrato 013/2006, de construção de um trecho de 105 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul, no Estado de Goiás. A vencedora foi a Constran S.A., sediada em São Paulo, que já foi uma das maiores empreiteiras do país. A Constran S.A. firmou um “termo de acordo operacional” com outras duas empresas: a construtora EIT e a desconhecida Lupama. O valor do contrato é de R$ 245 milhões. Pelo termo, EIT e Lupama, cada uma, ficaram com 16,65% desse valor. A Lupama, cujo endereço é uma modesta casa em Imperatriz, no Maranhão, também está registrada em nome de Gianfranco e Flávio. Nesse trecho da Norte-Sul, o grupo teria acertado receber R$ 45 milhões por meio da Lupama.
Numa conversa gravada, Gianfranco descreve o funcionamento do esquema. Pede ajuda ao interlocutor para encontrar um sócio para um novo contrato na Valec. “Não tenho condições materiais para entrar (no negócio). Você me falou que tinha o pessoal lá de Minas, que pode tocar o negócio, e a gente entra (de) sócio dele, quer dizer, a gente aparece (como) sócio, só que ele se encarrega de fazer a coisa acontecer. Obviamente, tem os deságios de subempreita, né?”, diz Gianfranco. Em seguida, a explicação sobre o que seriam os tais deságios de subempreita: “Eu tenho o negócio, e aí... faríamos um ‘rachid’ no processo, entendeu?”.
Os depósitos e as contas no exterior ocupam uma parcela importante da investigação. Entre os documentos, consta a cópia de uma autorização, assinada por Fernando Sarney, para transferir US$ 1 milhão para uma conta num banco de Qingdao, na China. Nas mensagens, o grupo faz referência ainda a pagamentos feitos a um escritório do Panamá especializado em gerenciar empresas em paraísos fiscais. “Apresenta-se, portanto, um indício veemente da constituição de empresas no exterior, possivelmente offshore”, diz o relatório da polícia. Em outro e-mail, Gianfranco informa a um funcionário do banco Credit Suisse em Nassau, nas Bahamas: “Encaminho o seguinte e-mail onde meu correspondente afirma que não houve o depósito. Como sugestão, você não poderia estornar e enviar novamente?”, diz ele. O funcionário responde: “Estou solicitando o retorno dos fundos imediatamente”.
Em 4 de julho, é Fernando Sarney quem conversa com Gianfranco sobre o que, segundo a polícia, seriam transações com dinheiro mantido no exterior. Dá a entender que precisa levantar o que seria “grande quantidade de dinheiro para pagamento a colaboradores”. E faz referência a “dois americanos”. Para a PF, seriam US$ 2 milhões. “Dois inteiros, né?”, pergunta Gianfranco. “É algo em torno. Vou definir aqui, e a gente veria exatamente como seria feito, tá?”, responde Fernando.
A PF e o Ministério Público estão convencidos de que, durante a investigação, vazamentos beneficiaram o grupo sob suspeita. Em 17 de abril, uma conversa de Fernando Sarney com o pai sugere que a família recebera notícias sobre o inquérito em andamento – embora fosse uma investigação sigilosa. De acordo com a polícia, conversas gravadas sugerem ainda que, no dia seguinte ao parecer favorável dos procuradores Thayná Freire e Marcílio Nunes à prisão de Fernando, ele já sabia o que estava acontecendo. Num dos diálogos, o senador Sarney chama Fernando a Brasília, com urgência. Depois de chegar, Fernando ligou para a secretária, no Maranhão, para determinar que ela limpasse as gavetas do escritório. A essa altura, para a polícia, ele já saberia do risco iminente de uma operação de busca e apreensão. Fernando passa a pedir a interlocutores que o procurem em telefones seguros. Pede à secretária que localize Flávio. Fala também com Gianfranco. Pede para ele “permanecer tranqüilo, sem se apavorar e sem fazer alarde”.
Os grampos revelam, segundo a PF, o cuidado do grupo em conversas telefônicas. “Compra um pré-pago, põe em nome da empregada. Não fala nada. Cuidado”, diz Fernando numa conversa com seu motorista, Marco Bogéa. De acordo com a polícia, Bogéa seria um dos responsáveis por transportar dinheiro do esquema. Assalariado de uma empresa que presta serviços ao Senado Federal, em 19 de julho Bogéa viajou de Brasília para São Paulo, supostamente por ordem de Fernando e de Astrogildo, para levar uma mala.
As escutas mostram que, ao perceber que é vigiado, Bogéa aciona Fernando. De imediato, Fernando telefona para Astrogildo: “Aborta tudo, tá?”. O passo seguinte foi descobrir o motivo da vigilância dos policiais. Para isso, Fernando contou com a ajuda do policial federal Aluízio Guimarães Mendes Filho. Aluízio trabalha há anos para o senador José Sarney. Ele integra a cota de funcionários a que ex-presidentes da República têm direito. A pedido de Fernando, Aluízio conseguiu descobrir a razão da vigilância e informou em poucas horas: “É uma solicitação da diretoria-geral de investigação de crimes financeiros”.
Em conversas reservadas, alguns dos envolvidos na apuração afirmaram ter sofrido pressões. A procuradora Thayná Freire foi chamada a Brasília para uma conversa com o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza. De acordo com informações obtidas por ÉPOCA, Souza teria orientado Thayná a levar com cautela a investigação, por envolver o filho de um ex-presidente. Ela chegou a se queixar da atitude do chefe com colegas. Souza não quis comentar o assunto. Thayná também não.