São Paulo – Roedores, cantorias e até uma hipótese digna de roteiro de novela mexicana. Nos quase três meses de operação, a CPI da Petrobras tem protagonizado cenas improváveis para uma comissão que se propõe a investigar crimes de corrupção na maior empresa do país.
A última aconteceu nesta semana quando o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), desconfiou que o ex-deputado José Janene teria simulado a própria morte.
Em ao menos outras quatro situações, os parlamentares que atuam na CPI protagonizaram ou experimentaram momentos constrangedores. Veja alguns deles: 

Quando a CPI desconfiou da morte de Janene
Arquivo/VEJA

José Janene (PP), na Câmara, em 2005
José Janene (PP), na Câmara, em 2005: ex-deputado morreu - oficialmente - em 2010. A CPI da Petrobras desconfia desta versão
O ex-deputado José Janene (PP-PR) morreu oficialmente em setembro de 2010 no Instituto do Coração (Incor), do Hospital das Clínicas de São Paulo e foi sepultado em uma cerimônia islâmica em Londrina, no Paraná. Mas desde a última quarta-feira, o presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta, colocou em xeque a veracidade desta história.
suspeita é de que ele esteja vivo em algum país da América Central e que teria simulado a própria morte para escapar da condenação por envolvimento no escândalo do mensalão. Janene também foi apontado como um dos mentores do caso de corrupção na Petrobras.

Em mensagem enviada ao deputado Júlio Delgado (PSB), a filha do deputado falecido, Danielle Janene, chamou Motta – que tem 25 anos - de “garoto” e afirmou que ele estaria fazendo uma brincadeira de mau gosto para desviar o foco das investigações. O jovem deputado do PMDB aguarda, agora, documentos que comprovem o óbito. 
Quando: 20/05

Quando o depoimento de doleira virou um show musical

Para explicar o relacionamento amoroso que manteve com o doleiro Alberto Youssef entre 2000 e 2009, a doleira Nelma Kodama recorreu ao rei. "Tem até aquela música do Roberto Carlos ... Amada Amante, Amada Amante?", cantou com os braços erguidos para o público.
Alguns deputados a acompanharam no refrão do clássico da música brasileira, mas foram repreendidos pelo presidente da CPI da Petrobras que alertou: “Não estamos em um teatro”.
Quando: 12/05

Quando roedores invadiram a sessão

Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Ratos são soltos na CPI da Petrobras
Ratos são soltos na CPI da Petrobras antes do depoimento de João Vaccari Neto, tesoureiro do PT


Seis roedores foram soltos por um funcionário da Câmara no plenário da CPI da Petrobras segundos depois que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto entrou na sala para prestar depoimento. Sem rumo, os animais causaram tumulto entre os presentes. O servidor Márcio Martins de Oliveira, responsabilizado pela cena, foi exonerado.
Quando: 09/04

Quando Cunha foi elogiado exaustivamente por colegas

Suspeito de envolvimento no escândalo de corrupção da Petrobras, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, foi um dos primeiros suspeitos a prestar depoimento na CPI. O encontro, contudo, foi recheado mais por elogios do que questionamentos.

A deputada Clarissa Garotinho – cujo pai é rival histórico de Cunha - foi a única a criticar a postura dos colegas. Para ela, o depoimento havia se transformado em uma verdadeira “reunião de felicitações”.

Quando: 12/03

Quando deputados trocaram ofensas 

Logo de cara, a CPI da Petrobras virou notícia após um bate boca entre deputados e o presidente da comissão. Motta nomeou nomear parlamentares para sub-relatorias sem consultar os outros membros da CPI.

A decisão gerou protestos e ele chegou a ser chamado de “moleque” pelo deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA). "Eu quero dizer a vossa excelência que eu não tenho medo de grito e que da terra onde eu venho homem não me grita", disse Motta aos berros. Veja o vídeo:

EXTRA: Metade da CPI da Petrobras foi financiada por empresas da Lava Jato 

Para piorar o cenário, metade dos 27 deputados ue atuam n CPI, receberam doações de campanha de empresas que estão sendo investigadas na lava jato.
Juntas, Odebrecht, Galvão Engenharia, Engevix, Andrade Gutierrez, UTC, OAS e Toyo Setal doaram mais de 3,5 milhões de reais aos parlamentares escolhidos para investigar o esquema de corrupção. 
Quase metade desse valor foi doado apenas para os deputados Hugo Motta (PMDB-PB) e Luiz Sérgio (PT-RJ), respectivamente presidente e relator da comissão.                                                                             revista Exame
tudo isto mostra que investigação tem que ser feita pela policia, pois, deputados agem sempre em legitima defesa e, ainda assim, não tem a minima noção sobre o assunto.